5 motivos para inserir a contação de histórias na escola

5 motivos para inserir a contação de histórias na escola

A contação de histórias para crianças é, certamente, uma das primeiras maneiras de transmitir conhecimento e estimular a imaginação dos alunos. Por essa razão, a prática de contar histórias pode – e deve – ser usada nas escolas, principalmente no segmento da educação infantil. 

Essa atividade colabora com a reformulação do espaço de sala de aula, incentiva a criatividade e a manifestação de diversas formas de expressão. A contação de histórias é uma prática pedagógica que colabora para o desenvolvimento da escrita e da oralidade, além de desenvolver a percepção de representações simbólicas. 

Confira neste artigo os benefícios da contação de histórias para estimular a expressão, a criatividade e a interação dos alunos na escola! 

Manutenção da cultura pela contação de histórias

Contar histórias é uma arte que está presente na sociedade há muito tempo. A oralidade é um mecanismo antigo de propagação cultural. Por meio dela, expressamos sentimentos, conhecimentos e compartilhamos experiências. 

Em seu sentido mais amplo, a contação de histórias é um mecanismo de grande importância para a manutenção de histórias, costumes e outras narrativas que compõe o folclore

A maneira como as histórias são contadas também colabora para o impacto delas nas pessoas. A entonação da voz, por exemplo, pode definir a maneira como a informação será recebida e transmitida num momento futuro. 

Na cultura africana podemos citar os Griôs: mestres que preservam e transmitem as histórias de seus povos e da formação de sociedades há séculos.

A importância da contação de histórias para a educação infantil

Associação de vivências

Ao ouvir ou ler uma história, a criança pode fazer associações com suas próprias vivências. O processo de identificação com as situações presentes nas histórias faz com que a criança desenvolva meios para lidar com as suas dificuldades, sentimentos e emoções. 

Esta ação é um estímulo à memória porque resgata as experiências de cada aluno, seja por meio da bagagem cultural ou de vida. O aluno consegue relacionar o texto com as histórias que atravessam sua família.   

É o primeiro passo para que a criança encontre na leitura um espaço para relações de memórias e afetos, além das possibilidades criativas. 

Incentivo à leitura

A leitura é enriquecedora para a formação do indivíduo. Além de ampliar o vocabulário e os campos de conhecimento, a leitura é um grande exercício para a imaginação e a ludicidade. Ao ouvir uma história com atenção, a mente humana tende a projetar no campo da imaginação o enredo da mesma – e o mesmo acontece com a leitura.

Conviver com a oralidade desde muito cedo pode aguçar o desejo pela leitura. E, nesse sentido, o universo de criatividade e curiosidade é expandido. A contação de histórias envolve o livro como objeto de suporte e demonstra, na prática, os caminhos infinitos que a leitura abre na mente.

Liberdade de expressão

Engana-se quem acha que ouvir histórias é um ato apenas de recepção. As reações que temos ao ouví-las contribuem, por exemplo, para troca de visões. 

A contação de histórias está sempre aberta para o compartilhamento de opiniões e vivências de cada um. Por isso, ela provoca as formas individuais de expressão e observação do mundo. 

Além de conduzir a leitura, o professor pode incentivar a participação dos alunos com a leitura interpretativa e desenvolvimento de expressões diversas. O uso de recursos dramáticos e cenográficos podem dar ainda mais liberdade para que a história esteja por toda a sala e os alunos embarcarem na narrativa. 

Combate ao Bullying 

A própria temática de uma história pode abrir espaço para que os alunos falem sobre temas que envolvem sua vida escolar, como o bullying e o cyberbullying. Nas turmas mais novas, a possibilidade de expressão e interação com assuntos que envolvem as relações humanas pode evitar problemas de convivência e promover respeito. 

Uma dica é apostar em recursos sonoros ou visuais que possam instigar os alunos. Pequenos objetos que façam barulho, alteração de iluminação, adereços, fantoches e elementos de cenário colaboram para traduzir o texto escrito para sua interpretação. 

Assimilação de linguagens

A contação de histórias permite o contato com diversas linguagens e formas de narrar um acontecimento. Se as experiências pessoais das crianças colaboram para a forma como elas percebem e valorizam uma histórias, elas também colaboram para a construção do imaginário. 

O mesmo já acontecia com as radionovelas, na forma como as pessoas projetavam os cenários e a aparência das personagens na mente. 

Você pode fazer os alunos perceberem diversas formas de contar e compreender uma história, aguçando os sentidos e estimulando a participação ativa deles na contação fazendo perguntas, por exemplo. Esse processo é importante para a interpretação textual dos alunos.

Quebre barreiras na contação de histórias

É importante quebrar algumas barreiras na contação de histórias. É preciso relembrar as diversidades de cada aluno e partilhar dessas vivências. Busque incluir os alunos na maneira como percebem e contam as histórias. 

Partilhe as experiências! Conte uma história com olhos fechados, estimule a imaginação dos alunos e peça-os para retratarem a sensação que tiveram ao ouvir a história. 

Também é importante falar todas as línguas, fazendo atividades de contação de histórias em inglês, espanhol e em Libras (segunda língua oficial do Brasil)!

A Língua Brasileira de Sinais é muito expressiva e contribui para a inclusão linguística do aluno surdo ou deficiente auditivo. Chame um intérprete para apresentar uma poesia ou história, ou busque uma formação continuada para aprender a linguagem. 

A Libras também é interessante para demonstrar a forma mais antiga de comunicação que o homem carrega: a expressão corporal. Use as potências da comunicação corporal integrando o uso da boca, das mãos e dos braços, por exemplo. 

A ludicidade pode (e deve) ser inclusiva!

Você já utiliza a contação de histórias na sua escola? Conte nos comentários como os alunos reagem à essa atividade e compartilhe o artigo com um educador!

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Glaucio Ramos

Glaucio Ramos

Doutor em Linguagem e Cultura, com foco em Análise do Discurso, autor de literatura infantil, contador de histórias, empreendedor social no campo de formação de leitores, formador de professores com mais dez anos de experiência, atuando nos campos da leitura, escrita, oralidade e projetos educacionais.Ganhador de diversos prêmios na área de projetos educacionais – Prêmio Espírito Público 2019; Professores do Brasil, 2018; Prêmio Maria da Penha vai à escola 2019; Prêmio Detran de educação 2017/2018.Autor e fundador do projeto social Leitura na Esquina – biblioteca itinerante.

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